segunda-feira, 2 de julho de 2007

Caminhar sozinha.. em estradas íngremes e sinuosas.. Num deserto povoado.. Ter sede com águas límpidas que se enxerga ao longe.. Onde, por vezes, se precisa de mãos entrelaçadas, apertando a nossa, na cumplicidade da existência, do momento.. Do olhar, amigo, sereno, silencioso a dizer: estou aqui contigo! Essas são as fases da vida.. e, fico a pensar, que ainda há pessoas que se acham únicas e poderosas, que chegam a afirmar que não precisam de ninguém... Eu preciso! Muitos precisam! Quando a vida vem, num repente, e extirpa um pedaço da gente.. Como vento forte que desfolha a árvore... Como chuva forte que, também de súbito, invade um dia claro.. Como jardim florido, com habitantes sensíveis, que é alvo de granizo.. Que será visto no outro dia pelo jardineiro, que na cumplicidade do amor, o refará.. abraçará, dará o carinho em reciprocidade do momento das flores.. E ele voltará a ser visto e admirado.. Olhar para um jardim viçoso é bálsamo para os olhos, é ser feliz junto com a alegria dele.. Cuidar dele quando algo o atinge, só para o jardineiro que o ama, que faz parte dele, que se fez nele, que colocou nele o melhor de sua essência, que fundiu sua habilidade e sentimento à sua beleza.. Ele chorará com as flores, cuidará delas, segurando as mãos invisíveis, abraçando-as em silêncio, olhando-as com o mesmo amor, silenciosamente, traduzindo a segurança do renascer.. Mas, há de haver outros bálsamos.. Lá fora, o mar é azul e belo.. Outras flores nascerão como presentes... O céu transforma-se em sol.. Em brilho... Em plenitude.. Vitória se tem.. O jardim foi recuperado, e nós, bravamente,mesmo sozinhos, conseguimos caminhar na estrada.. Vencer os obstáculos.. Continuar a vida.. E sermos mais fortes a cada dia.. Construindo e reconstruindo cada pedaço de vida.. Olhando-nos no espelho de nós mesmos e refletindo a nossa existência... De essência e fibra, refletindo a força das águas, a serenidade e sensibilidade das flores.



Autor Desconhecido

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