segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Do you feel me? (2)

Com esta folha totalmente amachucada entre as minhas mãos trémulas, volto a sussurrar-te num olhar já saudosista e delicadamente tímido: "Estás comigo?" Vais em direcção à porta e naquele momento eu sabia "tudo" e tão pouco de ti ao mesmo tempo. Tempo sim, essa coisa que por vezes é tão escassa, tempo sim, essa coisa que por vezes parece uma eternidade. Tempo... essa coisa que por mais que queiramos não pára. Estavas definitivamente a uns passos daquela porta, a uns segundos de ir embora. Num acto instintivo joguei aquele papel contra o peito, sufocando-o como se fosse o teu corpo, como se pudesse paralisar não só os teus movimentos, como aqueles ponteiros exageradamente ruidosos que insistiam naquele "tic tac" desesperante! O barulho daquela porta a bater nunca me tinha sido tão familiar, tu tinhas ido embora. Embriagada por aquele momento, penso para mim: " Já chega de pensar", com um sorriso que de estupidamente aparvalhado passa a estupefacto... Alto, uma mensagem no correio electrónico... tu não só me leste, como de facto estavas comigo. A minha caixa de correio parecia que tinha hímen naquela noite, e aquele envelope branco com um 1 entre parêntesis nunca tinha chamado tanto a minha atenção, eras tu: Olá Ana (coisas maravilhosamente estranhas)...

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