quinta-feira, 17 de abril de 2008

O botão,

está por um fio. Neste caso, por uma linha. Ela está solta e o botão abana que se farta, mas nós não nos preocupamos. Até porque, acreditamos sempre que ainda demora uns dias a cair. E claro está, se cair: "Dont worry, Be Happy". Alguém há-de vir pregá-lo de novo. True. As relações são iguais. Hoje estão estáveis, amanhã podem estar trémulas. Tal e qual como o botão bem pregado, que pode bem resistir a um puxão. No entanto, não se livra de ficar a abanar. Podemos remediar. True. Há quem tenha mãos de oiro. Há quem acredite, que se consegue domar a "mangueira" que esguicha água por todo lado, também há-de dominar aquela linha vincada. Mas quer numa situação, quer noutra, não há mão ou coração de oiro que valha. Não é a pegar na linha e a enrola-la três vezes, que o botão se vai sentir mais seguro. Não é a pôr fita adesiva na mangueira, que ela vai deixar de "chorar-se". Há coisas que não se remedeiam. Há coisas, que têm de ser solucionadas. Dominar a linha, ou colar bem a fita, é como tentar adiar o inevitável. É como pedir "um tempo", numa relação. Para mim esse "tempo", é e sempre foi, uma forma soft de terminá-la. E não de protegê-la, ou remediá-la. Esse tempo é como que a mentalização do inevitável. É como o botão "remediado", que amanhã ou depois acaba por cair. O tempo, acaba por ser a "preparação sem compromisso". E se sabemos que a água acabará por enfraquecer a cola, porque nos enganamos? Porque enganamos o outro? Não seria mais "simples", desligar o contador da água? Poupamos fita adesiva, que não faz milagres. E deixamos de "escavacar" o buraco, sem secar a fonte. Será que temos o direito de andar a "tapar furos" com as nossas dúvidas? Eu penso que não. Se estamos conscientes que aquele "casaco" já não é o que era e que para além do mais, tem um "botão bambo". Porquê insistir em passar-lhe a escova? Porquê insistir em dar três, ou quatro voltas na linha? Porquê andar a "bater no ceguinho"? Não entendo. Eu pessoalmente, preferia que me prevenissem, do que andassem a tentar remediar, algo para o qual não há solução. Eu dou valor às pessoas que aceitam o final. Sério. Por mais que doa. Porque doer, claro. Dói sempre. Eu dou valor às pessoas que não dão nós cegos com a linha. Dou valor a quem tem o cuidado de não deixar o botão cair. Valor àquele (a), que cozeu "o botão" noutros tempos e que agora, tem consciência de que as mãos de oiro não servem para remediar, mas para despregar o botão e dá-lo a seu dono. Eu acho atitudes destas bonitas e não são menos dolorosas, vos garanto. Fica a linha vincada, mas sem nós. Fica o botão bem guardado, mas sem se perder numa calçada. Não vos parece mais simples? É mesmo. No final das contas, aquele botão acabará por servir noutro casaco. Pois é. Um carrinho de linhas novo a "andar sobre rodas".. e uma agulha pronta para nos picar de novo. Pronto. Preguemos o botão novamente ...

2 COMENTÁRIOS:

Anónimo disse...

Se muitas vezes esta caixinha de comentários serve para brincar, para te "picar" e criar alguns debates infindáveis, acho que neste caso vou ter de fugir à regra e "simplesmente" dizer o quanto acho que posts como estes mostram como és verdadeiramente especial. Adorei :)

Ana Silva disse...

:) ***