quarta-feira, 16 de abril de 2008

Puzzle (2)

Algures num post que fiz um dia destes, disse e com toda a razão: "Ninguém faz tudo bem à primeira". Eu não fugi à regra. Os "erros" já não me torturam e a saudade, embora te traga muitas vezes para perto de mim, já não me consome. Sei que não poderei corrigir as minhas falhas, pelo menos contigo. Isso também não me atormenta, se bem que gostava que muitas vezes estivesses por perto. Bem perto, para veres o quanto "ainda" fazes parte de mim. Não porque o sentimento continue aqui, mas para veres o que me ensinaste. Para veres no que me transformei. Se muitas vezes me arrependo do que faço, acredita que nos momentos em que me orgulho de mim mesma, vem à tona uma recordação tua. Uma recordação nossa. Deste-me uma grande lição de vida. Não precisaste sequer de te perder em discursos, em palavras sentidas, duras e verdadeiras, para me mostrares o quanto imatura e egoísta eu fui. Não exigiste, não cobraste. Não te mataste a dar-me conselhos gratuitos, ou dar-me sermões bem dados. Deixaste que o tempo fosse o meu melhor conselheiro. Engoliste a dor, revoltaste-te por dentro, sem nunca me dares um valente "abanão", que me fizesse parar. Sabes quando eu parei? Não foi quando senti falta dos nossos fins-de-semana preenchidos, aqui e acolá. Não foi quando senti falta dos lugares que me mostraste, dos sítios maravilhosos aos quais me levaste. O que fez parar e fugir de tudo, foi descobrir que o que mais me fazia falta, eram exactamente aqueles momentos simples, dos quais tantas vezes me queixava. Quando comecei a pensar no valor real de cada beijo, de cada risada, de cada toque. Quando me caiu a ficha e pensei na segurança, na paz que me transmitias. Quando vi que te amei de facto pelo que tu és e não pelo que eu queria que fosses. Quando vi, que tu foste quem me fez conhecer o Amor. Longe de se igualar aquele com que sonhamos. Porque foi muito real. Apresentaste-mo de forma inocente, calma, tímida e melhor que todo e qualquer adjectivo, de forma verdadeira. Hoje já não somos mais aquele "Puzzle". Já não somos um só. Doi? Não doi. Vamos deixar de pensar na nossa história, simplesmente porque ela acabou? Vamo-nos sentir mais leves por arrumar o passado? Vamos cair na nostalgia, sempre que a saudade dê o ar da sua graça? Não. Isto não é solidão, não é só saudade, não é so sentir falta de. Isto é, crescer, amadurecer sem amargar e acima de tudo, saber dar valor. Passe o tempo que passar, tu és parte da minha história. Se um dia, velhinha e caduca estiver a matutar sobre o significado do dia 16 de Abril e me começar a sentir tristemente senil, liga-me. Manda sms. Porque eu sei, que assim como eu (também lembras) e esta data vai ficar sempre gravada. Nem que por uns segundos a confudámos com o aniversário de alguém!

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